terça-feira, 28 de abril de 2009

primeiro: andar.

olhava pra cada uma das estrelas no céu, relembrando de outras. vinte e três, mais ou menos, que podia desenhar se preciso, numa folha amassada dos cadernos que tinha.
parou por um momento pra soltar na fumaça todos os medos, ansiedades. depois voltou a olhá-las, desenhando na mente a silhueta de um amor.
sentou-se nos degraus da saída de casa, e ruminou mais uma forma inócua de jogar-se em tudo o que sentia naquele momento.
nesse pensamento, chegou à conclusão de que procurar algo não-nocivo seria imprudência ainda maior.
desfez-se da reflexão, como quem descarta uma gilete usada.
pôs-se a contar por quantos caminhos o coração já andara, e percebeu que sentir diferente assim não havia.
era maravilhoso sentir-se encaixado. inserido novamente no mundo, esse turbilhão de coisas reprimentes. mas agora notava que a vida lhe dava um presente maior. um propósito calmo. de se aproveitar.
sorriu.
levantou, chacoalhando os braços, como quem bate a poeira da calça, espreguiçou-se com os braços acima da cabeça.
queria viver para sempre esses dezenove dias em que fora tão feliz. e eles o seguiriam sempre, dentro do coração.




{e dentro de toda contradição, de todo anseio vago que me veio até hoje, digo que esse é o mais belo de todos!}


deixo ser. como será...


e quero que dure!

2 comentários:

Anônimo disse...

pára de me emocionar? mentira, não pára nunca hahahahaha eu gosto assim. muito!

Marta Pinheiro disse...

deixa seeer como serááá!
eu a-d-o-r-o essa música!
gostei muito do texto, óbvio, nenhuma novidade.
(essa noite sonhei que me cortei inteirinha com uma gilete que já não estava boa, muitos cortes, ardia, muito sangue! maravilha de sonho!)