terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Ana.

Ana não sabia mais o que fazer.
Não tinha vontade de comer, nem de dormir. Não queria ir pra rua, não pensava em seu cachorro, não queria ver a mãe, nem o pai, nem as tias.
Sonhou que estava sozinha em um pedaço de iceberg no pólo sul, e acordou achando que tivera o melhor sonho da vida!
Queria nunca mais ter que trabalhar com coisas das quais não gosta, queria nunca mais ser cobrada por não ter feito algo que disse que ia fazer, queria não ser reprimida por fumar, ou por comer demais, ou por gritar tanto enquanto gozava.
Queria poder ser, e somente ser tudo aquilo que era. Sem considerações, lições de moral, palpites alheios ou qualquer coisa do gênero. Sem elogios ou bajulações também.
Ana queria o mundo, e o mundo chamava insistentemente por ela.
Ela ouvia, mas quem disse que conseguia chegar até ele?
Então parou por um segundo em seu quarto, deitou na cama, contemplou o teto e chegou à conclusão de que ia ser sempre cobrada, sempre reprimida por fazer o que quer, e não conseguiria atender ao pedido do mundo.
Simples assim...

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